O ano de 2021
- Ressalto
- 31 de dez. de 2021
- 6 min de leitura
Lembre os momentos mais marcantes do futebol no ano de 2021
O R3ssalto está de volta depois de uma forçada paragem. Os nossos bravos fundadores viram-se mergulhados na reta final da licenciatura, o que ocupou as suas agendas e disponibilidade mental. O R3ssalto regressa agora com a revista do que mais se importante passou no futebol em 2021. O "desporto-rei" será, a partir de agora, o foco central deste projecto, que nasceu ambicioso e a apontar em várias direções, mas que, neste momento de regresso e transformações pessoais, precisa de centralidade e de estabilidade.
Futebol Nacional: O Leão voltou a ter rugido de campeão
19 anos depois o título nacional de futebol regressou a Alvalade. O Leão pôde, novamente, soltar o rugido de campeão. A equipa liderada por Rúben Amorim, que devido à sua inexperiençia chegou muito contestado a Alvalade, sagrou-se campeão nacional com 85 pontos, mais 5 que o FC Porto, que foi segundo, e mais 9 que o Benfica, que fechou o pódio. Deste Sporting fica a juventude, de Palhinha, Nuno Mendes, Matheus Nunes e Gonçalo Inácio, por exemplo; a coesão defensiva, em muito liderados por Sebastian Coates e o guarda-redes António Adán, que permitiu aos leões perder apenas 1 jogo e sofrer 20 golos, sendo a melhor defesa do campeonato; e fica, também, a letalidade de Pedro Gonçalves "Pote" que com os seus 23 golos, de todas as maneiras e feitios, lhe deram o prémio de melhor marcador da 1ª Liga.
Futebol Internacional
O Azul de Londres pintou a Invicta
Quando olhámos para o início de temporada do Chelsea ninguém diria que, no fim, estariam a festejar a conquista da Liga dos Campeões no Porto. Um começo aos soluços ditou o despedimento de Frank Lampard, e a chegada de Tomas Tuchel, recém-despedido do PSG, mudou tudo na temporada no Chelsea. A partir daí a imagem do Chelsea foi outra, e os "Blues" estiveram 14 jogos sem perder desde a estreia do alemão. Deu para chegar ao 4º na Premier League, que em condições normais garantia a Champions, e o destaque foi para a Europa.
Saíndo do grupo E, com Sevilha, Krasnodar e Rennes, com 14 pontos e o primeiro lugar, o Chelsea por Atlético de Madrid, FC Porto e Real Madrid, para chegar à grande final contra o Manchester City. O derradeiro jogo, por questões sanitárias, voltou-se a jogar em solo português, desta feita no Porto, no Estádio do Dragão. Kai Havertz atirou a contar aos 42 minutos, consumando o ascendente do Chelsea no jogo. Os Blues de Londres conseguiram manter a organização defensiva e o perigo no contra-ataque e o City voltou para Manchester ainda a sonhar com a Champions. Tuchel, assim como Di Matteo em 2012, chegou a meio para dar a segunda Champions do Chelsea.
O impensável aconteceu mesmo. Messi deixou o FC Barcelona
Caiu que nem uma bomba. Lionel Messi teve mesmo de deixa o Barcelona. Depois de exaustivas negociações para renovar o contrato com o astro argentino, o FC Barcelona não encontrou meios financeiros para manter a sua maior estrela. Messi, que ameaçou mesmo sair do clube enquanto este era ainda liderado pelo contestado Josep Maria Bartomeu, chegou mesmo a propor um corte brutal no seu salário para se manter no clube, nas sucessivas negociações já com Joan Laporta. Nem assim foi possível. O FC Barcelona encontrou-se num pântano político e numa crise financeira tal que o seu maior astro tinha de sair. Por agora, a história de Messi no FC Barcelona fechou-se com 672 golos em 778 jogos, traduzidos num palmarés de: 3 Mundiais de Clubes, 4 Ligas dos Campeões, 10 Ligas Espanholas, 6 Taças do Rei, 3 Supertaças Europeias e 8 Supertaças Espanholas.
Seleções: Itália e Argentina quebram jejuns para colocarem as coroas dos respectivos continentes
Vamos começar pela Europa. O Campeonato da Europa jogou em 2021, depois de em 2020 a UEFA ter adiado a competição devido à pandemia de COVID-19. O maior atractivo deste europeu era por este ser jogado em várias cidades pela Europa, o que veio a levantar a polémica de seleções, como a Itália e a Inglaterra por exemplo, chegarem à final jogando praticamente em casa. Sem arrastar muito pela história deste Europeu, a Squadra Azzura ganhou desde cedo destaque, com o seu futebol ofensivo e atractivo, o que lhe valeu uma fase de grupos, contra Turquia, Suíça e País de Gales. Os italianos passaram, então, Áustria (no prolongamento), Bélgica e Espanha (nas grandes penalidades), até chegarem à final de Wembley contra a Inglaterra. O jogo começou da pior maneira possível com Shaw a dar vantagem à Inglaterra aos 2 minutos. A Itália soou e chegou ao empate, por Bonucci, aos 67 minutos. O jogo acabou por ser resolvido nos penáltis, onde Gianluigi Donnarumma vestiu a pele de herói, defendendo três grandes penalidade. A Itália já não vencia um Europeu desde a sua conquista inédita em 1968.
Ainda com o Barcelona na sua mente, Lionel Messi chegou ao seu primeiro título sénior com a Argentina, depois de ter sido campeão olímpico no escalão sub-23 e campeão do mundo de sub-20. O Brasil acolheu de emergência a Copa América, depois de Argentina e Colômbia terem abdicado de sediar a competição devido à crise pandémica ainda muito sentida naquele continente. O Brasil recebeu assim, apesar de muita contestação popular, a missa da Conmembol de organizar o torneio. A Argentina fez 10 pontos no Grupo A, que tinha Uruguai, Chile, Paraguai e Bolívia, para defrontar Equador e Colômbia, que derrotou nas penalidades, até chegar à final contra o Brasil. No mítico Maracanã os rivais sul-americanos mediram forças e viram Ángel Di Maria, aos 22 minutos, dar vantagem à Argentina. O Brasil nunca conseguiu dar a volta à organização defensiva da "Albiceleste" e viu o seu maior rival ser campeão sul-americano dentro da sua casa. Messi foi o melhor marcador da competição com 4 golos.
Menção honrosa: Sábado, 12 de Junho, 17:43, Erikssen colapsa durante o Dinamarca x Finlândia
Nada nos podia preparar para aquilo que presenciamos durante o Dinamarca x Finlândia, jogo que marcava a abertura do Euro 2020 para ambas as equipas. Sem razão aparente, Christian Erikssen, conhecido médio dinamarquês, cai no relvado. Rapidamente os jogadores dinamarqueses apercebem-se da gravidade da situação e rodeiam o seu colega. As equipas médicas entraram em ação e depois de massagens cardíacas, é decidido aplicar o desfibrilhador em Erikssen. O público, no estádio e em casa, sabia apenas que se tratava de algo grave e imaginava o pior. Minutos depois, a equipa médica consegue estabilizar o jogador e transportá-lo para o Hospital. Ninguém ficou indiferente ao susto e o mundo do futebol uniu-se m torno de Christian Erikssen. O dinamarquês sobreviveu, poderá viver sem problemas, mas continua afastado dos relvados, apesar da sua vontade de regressar.
Futebol Feminino
Projeto do Benfica começa a dar frutos
Criado em 2018, a começar na Segunda Divisão, a equipa feminina do Benfica chegou ao seu primeiro título nacional este ano. Depois de uma disputa aguerrida com o Sporting, as encarnadas conquistaram o primeiro campeonato para a Luz, com uma vitória expressiva por 3-0 em Alvalade na derradeira jornada da competição. Neste ano, as jogadoras do Benfica protagonizaram duas bonitas aventuras na Europa. Na sua estreia na Champions, em 20/21, o clube da Luz chegou aos 16-avos de final, eliminado de forma expressiva pelo Chelsea, depois de eliminar PAOK e Anderlecht. Em 21/22 as encarnadas melhoraram a proeza, e na reformada Champions Feminina, atingiram a fase de grupos, perfilando junto das 16 melhores equipas da Europa. Para isso, o Benfica eliminou Kiryat Gat (Israel), Racing FC (Luxemburgo) e Twente (Países Baixos). Em estreia na fase de grupos, as encarnadas fizeram 4 pontos, chegando a estar na luta pela passagem aos quartos, onde se destaque a vitória na Suécia, frente ao Hacken, por 2-1. As encarnadas, no ano de 2021, festejaram ainda as conquistas de duas Taças da Liga (19/20 e 20/21).
O triplete do Barcelona
A equipa feminina do FC Barcelona vive uma situação completamente oposta da equipa masculina. O projeto catalão está em completa expansão e atingiu, em 2021, o seu mais recente apogeu. A equipa catalã juntou ao seu domínio interno, a conquista de Liga e Taça, a conquista inédita da Liga dos Campeões, colocando fim a 5 conquistas consecutivas do Lyon. O Barcelona enfrentou na final o Chelsea, que bateu expressivamente por 4-1. Nesta equipa, com um jogo colectivo bastante atractivo, destacam-se, por exemplo, Sandra Paños, guarda-redes, Alexia Putellas, média, e as avançadas Jenni Hermoso e Lieke Mertens.
Desta constelação, e apesar de ser bastante modesta, destaca-se claramente Alexia Putellas. Nascida há 27 anos em Mollet del Vallés, na Catalunha, a média espanhola delicia qualquer amante de futebol. Dona de um pé esquerdo apurado, sabe estar dentro de campo taticamente e tem uma visão de jogo que quase sempre a roça a perfeição. O seu talento, trabalho e influência que tem no Barcelona valeram-lhe a Bola de Ouro, o prémio de jogadora do ano da UEFA e de jogadora do ano no Global Soccer Awards, sendo a primeira jogadora espanhola a conquistar o máximo galardão individual do futebol.
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